quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

EDITORIAL


INVERSÃO DE VALORES
Cultura da “vitimação” e malandragem
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Helman Telles
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Abaixo segue um texto que - apesar de eu não ter conseguido verificar sua autenticidade - serve de inspiração à presente reflexão.
A inversão de valores, verificadas no aludido texto, se explica na cultura do brasileiro. Cultura herdada do colonialismo, onde sempre se buscou explorar e não criar e desenvolver. Como conseqüência da atitude predatória, tivemos, entre outras, o "sub-produto" retratado no "modo de ser" malandro. Algo louvado na “terra brasilis” como uma coisa muito "inteligente" e, até, para ser ostentada com certo orgulho: a predisposição e aperfeiçoamento de habilidades que levem a tirar vantagem em tudo e sobre todos. Logo, não surpreende que, em uma sociedade amoral e antiética, os valores estejam invertidos. O malfeitor deve ser o infeliz a ser abençoado e a vítima o otário que deve ser esquecido. Isso inclui os dirigentes (quer sejam políticos ou não). Sempre conseguem se safar de seus crimes (tiram umas férias e voltam à ativa, pois a memória do brasileiro é curta).
O que tudo isso tem há ver conosco? Claro que não temos super-poderes e não podemos mudar o país e muito menos o mundo de uma hora para a outra ou, até mesmo, no decorrer de nossas vidas. Quando muito, poderemos cooperar para o progresso de nossos grupos de relacionamentos (família, amizades, trabalho, vizinhança...). Mas... temos que agir e, principalmente, darmos o exemplo. Quase todo brasileiro acha que tem o direito de ser um pouquinho corrupto e uma outra parcela fica na arquibancada do "eu não tenho nada com isso".
Inserido nesse contexto, não espanta, portanto, o fato de que ambulâncias sejam recebidas a pedradas e que profissionais de serviços de emergência tenham seu tempo desperdiçado por mamães que trazem suas filhinhas adolescentes incomodadas com um dentinho erupcionando normalmente (em uma boca saudável). Ou, ainda, que de profissionais, atuando na “atenção básica”, sejam exigidos “milagres” tanto técnicos como burocráticos. Nem um e nem os outros profissionais podem reclamar. Em sua estressante rotina diária, que permite pouca ou nenhuma margem de erro, principalmente em situações gravíssimas, os mesmos não têm qualquer suporte psíquico, laboral e, muitas vezes, sequer jurídico. Para a maioria dos que avaliam “de fora”, aqueles não fazem mais do que a sua "obrigação". Têm que agradar a população (a qualquer custo) - onde o usuário é sempre a “vítima” e o profissional, muitas vezes, o “vilão” - porque isso rende dividendos "políticos". Enquanto tal coisa continuar... o disco se manterá tocando na mesma faixa arranhada e quem ousa denunciar, alertar ou comentar resta ser repreendido ou ridicularizado. Se o fizer entre seus pares, contará contra si com o "tempero" da passionalidade tupiniquim e será alcunhado ou de puxa-saco (por se preocupar com o correto andamento das coisas) ou de chato (por solicitar o auxílio dos demais) ou de anti-"coleguismo" (quando cansado "põe a boca no trombone").

DIREITOS HUMANOS

Carta enviada de uma mãe para outra, em São Paulo, após noticiário na tv:


De mãe para mãe...

Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado. Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência. Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc. Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo. Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem. No cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas ''Entidades'' que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me indicar ‘Os meus direitos!''

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